quarta-feira, 18 de abril de 2012

Sobre uma semana de lutas...


“É Stella... é batalha... Ou você acha que não? Quando eu te dizia que isso existe você dizia (imita meu ar de sabe tudo) 'Ah... as coisas não são bem assim não...' E agora?”

O que poderia responder? Vou dizer que não?

Ele é meu amigo, assiste de camarote minhas lutas e até se diverte com elas às vezes, mas tem a autoridade de quem está vendo tudo de fora e sabe  que está acontecendo. Já me viu chorar, deitar no chão, brigar, gritar, me encolher em posição fetal e tudo mais. Ele é mestre até em fazer uma imitação minha aos prantos. Agarra os peitos como se tivesse um par de seios joga a cabeça pra trás e berra! Kkkk Eu juro que não faço isso tá? Eu choro quietinha!



Todo mundo tem luta, todo mundo tem fases difíceis. Para alguns a crise é mais leve para outros mais pesada... Como meu irmão diz “Eu quase morri por causa de uma mulher imagine se tivesse que passar por tudo que você passou... Deus só deixa as coisas ficarem ruins ate onde agente aguenta Stella!”

Sinto-me lisonjeada Senhor, mas cansei dessa estória de She-ra!

Lembro-me quando meu irmão nasceu e alguém lhe deu de presente um JOÃO BOBO. Um boneco que você bate ele caí e volta a ficar em pé. Aquele brinquedo me deixava tão nervosa batia com todas as forças e ele ficava em pé. Meus primos mais velhos, Iquinho com 7 e Beto com 12, ficavam zombando de mim “Fraquinha! Nem consegue derrubar o boneco!” Eu tinha uns 4 anos...  Sentia ódio! Batia com mais força e nada. Chorava... Derrubar aquele boneco se tornou o meu grande desafio. Até o dia em que minha mãe explicou a dinâmica do negócio e eu perdi todo o interesse.

Pois é, me sinto um João Bobo. Ah Stella boba! Bate, cai e levanta! Antes levantar do que ficar prostrada certo?

Ontem, meu amigo me disse isso ai acima, fiquei pensativa. Resolvi ligar o rádio no programa da Apascentar de Nova Iguaçu  o Pr. Marcos Gregório estava falando sobre as tempestades surgirem exatamente quando estamos no meio do caminho. Usou aquela passagem sobre a travessia de barco dos discípulos em que houve uma tempestade na metada do caminho e eles pensaram que iam morrer, mas Jesus descansava e dormia dentro do barco. “É no Meio do caminho que o vento sopra e as ondas levantam. É quando você está mais cansado que os problemas aparecem. É quando tudo tudo o que você deseja é chegar do outro lado, fazer uma refeição, deitar e descansar que as ondas te jogam de um lado para o outro... mas anime-se! Lembre-se de sua localização... Onde você esta? No meio do caminho! Falta pouco...”



Falta pouco.

Então, deixem-me falar sobre a minha semana.

Quarta-feira da semana passada. Minha amiga esteve aqui em casa e enquanto conversávamos surgiu um assunto sobre uma decisão que eu tive que tomar quando estava com a idade dela que mudou toda a minha vida. Contei a minha experiência e ela me disse, “Ah mas isso não vai acontecer comigo não, você deveria estar fazendo alguma coisa errada para tudo ter acontecido desta forma.”
Pessoas, isso magoou... Sabe, orei mentalmente, e senti um reconforto. “Não se deixe abater e nem fique com raiva dela. Ela está com medo. O medo faz agente machucar até quem amamos.” Ela voltou para casa e mais tarde me ligou perguntando se eu estava chateada. Falei que não. Sinceramente.
Ela tentou se justificar e mais uma vez repetiu o que já havia dito. Senti que não deveria responder. Senti a direção do Espírito dizendo, “Fica quietinha...” mas não me contive e fui tentar me defender. Tive que ouvir a frase que (talvez vocês não acreditem e pensem que eu não acredito pois nunca falo nele por aqui, mas sim acredito) o diabo fica jogando na minha cara para me abater, “Olha pra sua vida Stella!”
Eu desmoronei.
“Deus, eu não aguento mais as pessoas olhando para minha vida com pavor. Dizendo que eu tenho que ter feito algo de errado para tudo isso estar acontecendo comigo, sugerindo que o Senhor não está comigo, quando tudo o que eu faço todos os dias há cinco anos é esperar em Ti. Eu não sou perfeita, sou humana, algumas vezes desanimo, brigo, caio, mas eu nunca deixo de esperar em Ti e ver minha amiga intima me falar essas coisas só me enfraquecem.” orei.

E não sei porque me veio a cabeça a história de Jó. Morrem todos os filhos em um desabamento, todos os seus bens são roubados, perde tudo de uma vez, seu corpo fica cheio de feridas que fedem e coçam tanto que ele chega a usar pedras pra se coçar. A esposa olha pra ele e diz:

Para resumir, a visita amigável ao amigo moribundo torna-se em um tribunal acusatório. No final do livro, Deus fala. Repreende aos amigos por terem falado tão asperamente com Jó usando o nome Dele e restitui em dobro tudo o que Jó tinha perdido.

Eu nunca lia o  livro de Jó pois tinha receio dele. Dá para entender os amigos. O medo de que se algo assim aconteceu com uma pessoa boa como Jó, o que poderia acontecer com eles então? Começaram a falar que o amigo tinha pecado em oculto e foram tão radicais em afirma-lo pois era uma tábua de salvação. Isso aconteceu com ele pois pecou se eu me mantiver limpo, acreditando em Deus, fazendo caridade, indo ao culto/missa todo domingo estarei seguro.

Estava meditando nisso. Ela me telefona mais uma vez. “Stella, meu coração está pesado. Estou me sentindo culpada... não deveria ter dito nada daquilo.”

Está tudo bem. Nada de ruim vai acontecer a ela. Está fazendo as escolhas certas. A vida esta apenas começando e vai seguir um caminho lindo.

Quinta-feira.

Lucas desce para abrir a porta pro Jabá encontra o proprietário do apartamento e ele diz. “Fala pra sua mãe que tenho que falar com ela urgente.” Lucas me dá o recado e diz que ele estava “brabo”.

Caí no choro. É... sou chorona. Fui até o banheiro e deixei as lágrimas rolarem. O dono do ap quer que eu tire a Pretinha, minha cachorrinha. Falou que estava pensando em pedir meu apartamento por causa disso. Eu pedi um tempo. Agora ele dizia que queria falar comigo. Comecei a orar sem nem saber o que dizer, só falava DEUS ME AJUDA! Lavei o rosto, sai do banheiro e minha Bíblia estava largada em cima da mesa. Fiz a paradinha que o Rei ensinou, haha abri  aleatoriamente e coloquei o dedo em cima. “Não temas diante dele. Eu serei contigo e te ensinarei tudo o que deves falar.” Pô... que coincidencia heim? Claro que não... Mesmo assim, o medo não foi embora, mas a fé de que Deus iria me ajudar a não temer estava firme. No dia seguinte, sexta-feira. Encontrei com ele na portaria e o que ele queria me falar é que o aluguel aumentou desde o mês passado e eu tinha dado o valor antigo. Este mês passei da data 7 dias e tinha que pagar multa. Juntando tudo eu estava devendo cem reais. Fiquei aliviada. Falei o que tinha para falar e aparentemente nos entendemos.

Sexta-feira

Estou relaxada. De bem com a vida. Aliviada. Resolvi mandar uma mensagem para minha amiga sobre alguém que estava vindo pro Rio e queria me ver. Apertei o enviar errado (eu sei... não sei como fiz isso) e acabou indo pro Rei que me tratou mal e parou de falar comigo...

Se eu tinha chorado com o dono do ap, com isso então...

Sábado

Fui dar uma aula de reforço lá na Freguesia e sabe quando você esta com a conta zerada e aquele dinheirinho era tudo o que estava precisando para dar uma respirada no final de semana. A aluna me paga em cheque. Tudo bem, saco no banco. Só em casa percebi que ela havia cruzado. Ou seja, teria que esperar a segunda-feira pra depositar e mais dois dias para cair em minha conta. Precisava  reabastecer a geladeira, comprar lanche para  a escola de Lucas... tive que fazer uma coisa que odeio: Pedir ajuda. Pedi a uma amiga para trocar pra mim. Ela transferiu o dinheiro pra minha conta e eu depositei o cheque na conta dela.

Domingo
Lucas com asma.

Segunda-feira

Fui ao mercado fazer compras quando passo o cartão de débito dá não autorizado. A caixa olha pra mim com ar de quem é podre de rica e está olhando pra uma pedinte e diz... “Posso passar um milhão de vezes vai dar não autorizado e vão bloquear seu cartão.”

Ôoooo a misericórdia do Altíssimo... Respirei fundo. Pedi:
O gerente aparece, manda passar o cartão em outro caixa. A compra é autorizada. Ela fica com cara de bunda e eu ainda pensei em ir até lá e dizer uns desaforos, mas desisti. Fui até o caixa 24 horas sacar um dinheiro para levar Lucas no Habibs. Ele quer o boneco dos Vingadores e eu havia prometido leva-lo. Resolvi sacar metade do dinheiro que estava na conta, o que acontece? A máquina dá pane na hora em que o dinheiro vai sair e apaga. Fui no caixa ao lado e descobri que o banco havia registrado o saque! Perdi metade do dinheiro.... Sim... perdi. Depois falo sobre o procedimento para recuperar a grana.

Lucas chorou. Ficou sem boneco. E teve asma mais uma vez.

Terça-feira

Escrevi o post sobre a escolha da minha amiga aqui no blog. O ex-namorado dela me adicionou no facebook, aceitei e menos de 20 minutos depois ela me liga dizendo que ele ligou mandando ela falar pra eu tirar. Não dei nomes. Não falei sobre ele, falei sobre como Deus responde orações. Entro no meu Facebook e meu Deus... 3 e-mails enormes, rudes enfim... Me desculpei. Ele também se desculpou mais tarde, estava magoado eu entendo.

Quarta-feira.

Sentei na cama e fique pensando no que o dia me reserva para hoje. Estou entristecida, aflita, sem vontade de levantar. Lucas teve asma mais uma vez a noite passada. São 3 noites seguidas. Graças a Deus, é tranquilo. Faço a nebulização em menos de 20 minutos ele esta bem, mas é cansativo demais. Está em semana de prova e tem que dormir cedo pra acordar bem disposto, fazer prova depois de uma noite com asma não é brincadeira. Eu sei. Tive asma a vida inteira... 



Ontem a noite voltei a ligar o rádio na programação da Apascentar. Era a conclusão da mensagem do dia anterior. “Jesus dormia no barco e os discípulos se desesperavam? Ainda tiveram a ousadia de falar Mestre o Senhor não se importa que morramos? Meu irmão... se Jesus dormia eles tinham que fazer igual deitar ao lado Dele e descansar! Quando a tempestade aparece não tente resolver com suas próprias forças porque só vai piorar tudo. Descanse Nele. Espere Nele.”

Isso aí dá pra fazer. Deitar, descansar e esperar o Senhor que comanda as tempestades dar a ordem para ela passar.


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