terça-feira, 3 de abril de 2012

Sobre Encontros, desencontros e o beijo que eu dei...

Ontem entrei no meu perfil e um amigo de infância estava online. Vamos chamá-lo de Bruno. Não vou à Recife desde 2006 e ele esteve aqui no Rio para o show de Pearl Jam, mas não nos vimos. Estávamos justamente falando sobre isso, quando eu disse que sentia falta de falar com ele. Acho que estou carente de colo de família, de amigos que me amem do jeito que eu sou.

- Poxa, Stellinha eu devia ter te dado mais atenção quando você veio.

- Devia mesmo, eu estava precisando. Aquela foi a pior fase da minha vida.

- Eu sei...

- Mas você estava na coleira! (risos)

Meu amigo na época estava em um relacionamento de uns 6 anos com uma mulher extremamente ciumenta. Passamos um tempo sem nos ver e depois acabamos nos reencontrando em uma dessas redes sociais da vida. Ela me adicionou na tal rede, depois no MSN. Percebi que era possessiva, mas tratei bem, fingi que era uma atitude normal, até porque eu e ele eramos amigos de escola, nunca havia acontecido nada entre nos dois. Ele chegou até a comentar “Po, desculpa é que a Ana é meio ciumenta, você sabe como é né?” Nessa época eu não sabia não....

Foi bom falar com ele. Bruno é uma das poucas pessoas que sabem como eu realmente era na pré-adolescencia, minha loucura por Axl Rose, meus problemas em casa, minha vontade de viajar pelo mundo, minha luta pra aprender inglês, minha sede por justiça (kkkk a justiceira!)

Tenho uma cicatriz no meio das costas deixada por ele. Estava com catapora, a primeira bolha surgiu bem ali no meio. Tinha dores de cabeça, enjoo, febre,mas fui pra escola mesmo assim pois tinha teste. Sentei na frente dele, debrucei o corpo por cima da mesa e tentei dormir. Ele começou a me chamar, “Stella, Stella, Stella, Stellaaaaaa...” sem parar, só pra chatear. Eu ignorei. Depois pegou um lápis com a ponta extremamente afiada e fingiu que estava escrevendo na minha camisa. “Vê se tu advinhas o que estou escrevendo..” Senti o formato da letra “a” seguido pela letra “i” formando a palavra “ai” e quando chegou no pingo do “i” ele apertou com todas as forças para que eu gritasse um "ai" de dor mesmo, só que com toda a área das minhas costas ele acertou bem em cima da única bolha de catapora. Senti uma dor horrível e a água quente escorrendo. Estávamos no meio da aula de matemática, eu fiquei de pé e gritei “Seu imbecil, idiota estúpido, burro animal!” Ele deu um pulo na cadeira e ficou me encarando com olhão azul arregalado! Não só ele como todos os demais, inclusive o professor. Peguei minha mochila e fui embora!

Tenho a cicatriz ate hoje.

Nesta época que nos reencontramos pela net. Bruno me falou que eu fui a “paixonite” dele da adolescência. EU sabia, lembro do primeiro dia de aula e do jeito que ele me olhou pela primeira vez. Lembro de todas as vezes seguintes também.

Então, em 2006 cheguei em Recife, separada, fomos nos encontrar para conversar na praia em frente ao local onde costumávamos morar. Ele me pediu um beijo para realizar um sonho de infância e eu concordei. Um único beijo. Nada mais. Nem um abraço, nada só aquele beijinho que se dá quando duas pessoas estão sentadas ao lado da outra. Nos despedimos e voltamos a falar nisso ontem.



- As vezes fico lembrando daquele nosso beijo. - digitou ele- foi singelo e doce... Po era uma coisa que eu desejava fazer desde aquela época né? Você foi especial para mim.

Mais tarde comentei com a minha amiga (aquela do beijo).

- Foi exatamente isso que eu senti Stella. Aquela sensação de sonho realizado...

Eu quero sentir isso. "Aquela sensação de sonho realizado...."

Não consigo pensar em ninguém do passado por quem eu tenha este sentimento. EU sou muito apegada a quem esta perto de mim,mas quando eu desapego é para sempre.

O Rei? Exatamente um ano atrás nos encontramos, depois de uma temporada sem nos ver, na hora de ir embora pegamos o metrô. Quando foi se aproximando a estação em que eu ia descer, ele ficou repetindo, “Bom... isso não é uma despedida é?” E sem entender o porque eu senti um comichão nas maçãs do meu rosto, meus olhos encheram de lágrimas, mas eu estava com óculos escuros e pensei que ficaria bem sem demonstrar a emoção. Ele repetiu a pergunta e quando tentei responder minha voz embargada denunciou a o que eu sentia... “Ah Stella... não é despedida! Vamos nos ver de novo!” E a porta do metrô se abriu e eu sai correndo sem me despedir dele. Sentei em uma cadeira da estação e chorei feito boba. Ele estava certo, não era uma despedida. Eu tive medo que fosse.



Leandro, diz que eu sou pura emoção. Que eu falo tudo que me vem a cabeça, que eu me atiro. A verdade mesmo e que só fiz isso com ele. Qualquer ex poderia dizer, Stella é durona não procura, não escreve, não telefona... Eu nunca, nunca, nunca fiz! Podia estar morrendo de chorar em cima de uma cama, nunca telefonei, mandei mensagem nada.... Com ele eu fiz, porque perdi o medo porque pensei que ter ele por perto era maior do que o meu orgulho. Pra quê?

Ele me magoou... Não estou pronta pra falar ainda.

São os desencontros da vida. Eu e minha amiga Sô vamos passar o dia em oração hoje pelo fim dos DESENCONTROS em nossas vidas.

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