sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sobre sonhos e pagar o preço...

Tive este sonho duas noites atrás, tão claro que não consigo parar de pensar. Havia esta mulher e uma sombra que a seguia por todos os lados falando-lhe como era tola, como podia ter acreditado que fé poderia interferir na vida de alguém. Que a realidade é o que interessa, o que vai diante de nossos olhos... E apesar da mulher concordar com tudo o que a sombra dizia, esta não a deixava em paz. E algumas vezes era como se eu fosse a própria mulher e outras era como se eu estivesse acompanhando tudo de perto sem ser notada. Ela andava de cima pra baixo em uma sala e repetia que estava tudo acabado e que a sombra estava certa, mas em um determinado momento ela começou a se questionar, “Peraí... mas se eu já sei que estou errada e a sombra certa, porque ela não para de me perseguir? Ela está com medo que eu mude de ideia... Mas e daí se eu mudar de ideia? Fé não existe... Que diferença isso poderia trazer para minha vida? A não ser... Talvez a sombra esteja mentindo para mim...”

A mulher tentou partir, mas a sombra não deixou. Então ela enfrentou com uma série de perguntas relacionadas ao que acabei de falar. A sombra então se transformou em um ser de pele vermelha, muito grande e musculoso, não tinha rosto. Ele disse, “Se você for embora, vou tirar de você as duas coisas que mais ama ver neste mundo.” Uma TV de plasma ligava sozinha e aparecia o filho desta mulher sorrindo e o homem que ela amava. “Vou tirar o sorriso dos dois. Vou tocar neles.”
Eu então, resolvia falar para a mulher que era mentira. Era um blefe. Ele não tinha poder pra tocar nos dois, não lhe era permitido, mas quando eu começava a dizer isso para ela nós nos tornávamos uma e eu dizia tudo isso ao ser. Ele permanecia mudo e depois sumia. Eu acordei...

Fiquei um tempo no escuro nas últimas duas semanas. Andei desacreditando de tudo. Aquele choque da realidade ser tão diferente do que se imagina, sabem? As mudanças vem devagar os sonhos requerem trabalho e um tanto de coragem que eu nem sei se tenho. Eu sei que preciso de ajuda, mas as pessoas ao meu lado oferecem uma assistência tão remota tão cheias de condições.

Segunda-feira, ligaram aqui para casa e eu estava na cozinha. Meu filho atendeu. Ouvi-o conversando e dizendo que estava bem, que estava com a mãe dele. Quando desligou perguntei quem era e ele disse, “Não sei.” Dei uma bronca, claro. Ele me falou que era uma mulher com voz de velhinha, parecia a Dona graça... Perguntou se ele estava sozinho em casa, ele disse que não que estava com a mãe e a pessoa desligou. Dona Graça é a mãe de uma das víboras que trabalharam aqui em casa. Futuramente falo dela.

Sai, comprei um telefone com identificador de chamadas, instalei e ficou mudo. Houve um curto na tomada. Estou sem telefone desde de segunda-feira e eu não posso ficar sem. Como falei antes investi em propaganda preciso desta linha. Um dos meus alunos é técnico e vem aqui olhar semana que vem.

A Sô, falou, “Stella, não fica com medo deste telefonema, é coisa do mal mesmo pra te desestabilizar porque você está começando algo grande.” Não entendi se estava se referindo a minha escola ou ao projeto na igreja. Talvez os dois.

Já pararam pra imaginar por um momento se esta mulher aqui que teve a vida toda destruída realmente da a volta por cima? Dando único crédito e louvor a FÉ de que Deus está vivo, ouve e se importa. Quantas outras pessoas poderiam se reerguer através de um testemunho assim?

Então, meu dia a dia tem sido mais difícil do que a maioria, talvez porque eu almeje coisas maiores. Algumas vezes, nem falo, nema abro a boca para contar aos amigos porque parece inacreditável as coisas que acontecem comigo e eu vejo que como eles não sabem dar uma explicação lógica preferem não pensar e novamente eu estou sozinha.

Meu irmão, costuma me dizer que quando a hora da virada chegar será linda... Que ele não teria tido a força que eu tive. E sabem, esta semana enquanto eu escrevia o projeto de ação social da igreja, não pude deixar de pensar em todas as necessidades que eu e Lucas passamos e em como a igreja deveria ter nos ajudado. Então, talvez, o plano seja realmente este. Eu sei o que as pessoas precisam e até onde elas podem chegar senão houver uma mão auxiliadora.

Dei uma pausa agora. Minha amiga telefonou. Está com o ex. “Ah Stella, eu fiquei carente...” É assim mesmo. Agente fica e quando cede a carência só da merda. E eu fico pensando, é preciso coragem pra mudar. Mudanças não acontecem do dia pra noite... É um processo. Tem que estar disposto a pagar o preço. Eu larguei um casamento estável, tive guerra declarada contra mim, tinha um filho pequeno, nenhum dinheiro no bolso e paguei o preço. Não queria uma vida conformada. Quis e quero uma vida plena. Infelizmente, o preço que se tem a pagar é encarar a incerteza. Ela é mais nova que eu, mora com os pais, tem o mundo diante dela e vai se arrepender da decisão tomada em um momento de carência. Eu estive lá...

Meu amigo, Bruno, o de infância. Falou sobre isso semana passada. O que leva um homem a ficar em um relacionamento sem emoção, mais ou menos é o comodismo e a incerteza. Ele levou 6 anos para dar o basta, e como ele está hoje 4 anos depois? Muito bem casado, sim senhor! A esposa dele é linda e companheira. Ele esta muitoooo feliz.

Tenho sentido por mim ultimamente um apreço tão grande. Vontade de me colocar no colo e dizer, “Tenho um orgulho danado de você! Guerreira! Corajosa!”

Por favor, não me levem a mal por este momento de exaltação de mim mesma. É uma constatação.

Acho que todos os meus limites foram testados e eu me mantive integra.

2 comentários:

  1. Stella, AMO ler seu blog smp q posso dou uma passadinha aqui... vc fala coisas que eu me encontro.

    Obrigadinha :D

    ResponderExcluir
  2. Obrigada a você por lêr! Que felicidade isso! Deus inspira e talvez tenha sido especialmente pra vc mesma... Quem sabe? Beijos lindona! :)

    ResponderExcluir