sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sobre Pedidos e Pequenos milagres...


Minha amiga Sô me ligou hoje ao meio-dia. Acabou um namoro de dois anos e meio, havia prestado concurso público e dava aulas em uma escola municipal e acabou pedindo pra ser exonerada. Descobriu-se não professora. Está passando por um monte de mudanças na vida. Eu tenho testemunhando isso. Temos o mesmo signo, personalidades parecidas, mas sempre nos perguntamos como podíamos ser tão diferentes... Descobrimos a resposta semana passada: é o ascendente! Ela é touro e e eu Áries. Ela é terra e eu fogo. Ela é razão e eu emoção. Ela nasceu dia 4 de fevereiro e eu dia 6 (eu, Bob Marley e Axl Rose tá?) hahaha.

Somos livres, avoadas, independentes, criativas, desbravadoras, sonhadoras, idealistas e etc. Só que ela consegue ser tudo isso com as emoções sob controle. Toma decisões racionais. Tão racionais na verdade que as vezes eu tenho que interferir e dizer: “Você está parada demais k7”

Eu sou tudo aquilo ali acima mais impetuosa, impaciente, imediatista e revolucionária. Ai me faz pensar, o que Todo Poderoso Criador tinha na cabeça no momento em que me fez chegar a este mundo? Ele me fez uma bomba relógio! É o que a Sô falou: “Você é ar com fogo ar é combustível para o fogo!”

Quero brincar mais disso não! =(

E o engraçado é que eu tenho uma aparencia tão serena. Sempre ouço meus alunos falarem para meus coordenadores “Ah quero ter aula com a Stella porque ela tem um jeitinho tão especial de explicar, tem toda a paciência do mundo...”

É porque eu amo gente. Eu amo pessoas. Lembro de cada aluno pelo nome, lembro de suas histórias, quando estavam tristes quando estavam sorrindo... Mesmo depois de anos... Eu compro a luta dos outros. “Fulano, vamos orar! Fulano, o que você precisa, como posso ajudar?”

Estou dormindo mal porque prometi ajudar meu irmão com uma parada de grana que ele estava precisando, mas esqueci e por impulso pedi demissão, esqueci o que havia prometido a ele e não pude mais ajudar...

Hoje a Sô estava me dizendo, “Stella, já vi que o seu problema é falta de fé mesmo... Você inspira tanta gente, mas quando é com você fica fraca... Você me inspira...”

É o meu mistério.... Não sei o que acontece... Tenho fé demais para os outros. Para mim nenhuma. Todas as vezes que eu oro por alguém, ou que digo que ago vai acontecer, a coisa acontece! Mas comigo?? Nossa... Uma vez tente conversar com um Pastor sobre isso, lá na Barra da Tijuca e ele não entendeu, acabou me dando uma resposta como se eu estivesse dando uma de “boazinha” e querendo dizer “Não oro por mim mesma... só pelos outros...” a altruísta! Fiquei com raiva e deixei o assunto pra lá.

Não é isso. Eu oro muito por mim mesma, eu chego a deitar no k7 do chão gelado e chorar feito uma loucaaaa orando por mim mesma. Não acontece. E se acontece, vem anos depois. Já nem lembro mais do que pedi pow! Tem que haver algum mistério ai...

Meu irmão estava desempregado, minha sobrinha tinha um sopro no coração, um buraco do tamanho de uma ervilha. Ele perdeu o emprego e ficou sem o plano de saúde na época em que ela iria operar. Ele me ligou aflito. Lembro de ter dito, “Fernando, você vai estar empregado até final da semana.” Ele ouviu aquilo, mas continuou olhando só para as impossibilidades. Era muito pouco provável daquilo acontecer. Eu repeti. Era domingo a noite, na quarta-feira abri meu e-mail e tinha mensagem dele, “Ei, estou trabalhando! Comecei hoje. Obrigado ai...” Logo depois, ele ligou falando que a empresa era ótima e tinha plano de saúde que agora minha sobrinha poderia se operar. Falei: “Nando, ela não vai precisar operar, Deus vai curar. O milagre Dele não era te dar um plano de saúde era mostrar que você pode confiar Nele completamente.”

O que aconteceu???

Ele me liga depois de algum tempo e diz, “Stella, os médicos mandaram Nanda fazer todos os exames mas uma vez para marcar a cirurgia e não encontraram nada! O buraco fechou sozinho, ela está outra pessoa, brincando, correndo não sente mais nada... Os médicos não acreditaram, não sabem como é possível...”

Eu sei.

Ah, mas isso foi com um parente né? E quando é com uma pessoa qualquer?




 
Levei Lucas para o aniversário do coleguinha uns 4 anos atrás. A mãe do menino me puxa de lado e diz: “Estou grávida!” Abri meus braços para lhe dar um abraço e ela se retraiu. “Vou abortar depois da festa.” Ela e o marido sentaram, conversaram e decidiram racionalmente não ter aquele bebê. Ele saiu, comprou o remédio, resolveram esperar passar a festa para que ela pudesse fazer o procedimento sossegada. Olhei nos olhos dela e disse, “Eu vou orar por você.”
Era a vontade deles. Ela estava muito certa do que queria. Falou sem um pingo de remorso, dúvida nada... Fui para casa, aquela conversa me incomodando... Comecei a orar por ela, mas depois, senti que era para orar pelo bebê. Louco isso, mas orei pelo feto. Fiquei com uma impressão forte sobre aquilo uns 3 dias depois esqueci. Dez meses depois, encontrei com ela no mercado, magrinha. Perguntei pelo filho e ela me disse, “Você tem que ir lá em casa conhecer a Marina. Ela nasceu com 8 meses... Tenho que te contar a estória...” Eu deveria ter me controlado mais, mas não pude. Abracei ela e disse, “Cara, eu orei tanto...” Ela arregalou os olhos e disse, “Você orou?” com ar de surpresa. No final da tarde estive lá para conhecer a Marina, minúscula. Linda. Ela me contou o que havia acontecido. Depois da festa, estava sozinha no quarto com o marido, quando ele trouxe o remédio ela disse que sentiu uma voz dizendo dentro dela “Não faça!” Num ímpeto arrancou o remédio das mãos dele e jogou na privada. Logo depois tentou recuperar porque não entendia a própria reação. O marido ficou com medo e disse que não ia comprar outro. Ela saiu pelas ruas, vagou a madrugada inteira pelo Méier, batendo de farmácia em farmácia, disse que estava tão transtornada que passou a bater nas portas das casas, não viu o dia amanhecer. Nos 3 meses seguintes tentou achar clínicas, alguém que vendesse o remédio, e dizia que era uma coisa absurda porque isso é fácil de comprar, mas ela nunca achava. Parou de comer, ficou deprimida, mas quando a Marina nasceu e ela olhou o rostinho da filha na maternidade caiu no choro e agradeceu a Deus por não ter feito. “Stella, só quem sabia disso era você, o Marcelo (marido) e minha prima. Nem sei porque te falei naquela festa...”
Eu também não entendi nada... Não éramos íntimas, nem amigas...

Recentemente, em novembro do ano passado, na última vez que fiquei com Leandro, ele dormiu comigo aqui em casa. Chegou aqui por volta das 18 horas de sábado e foi embora ao meio-dia de domingo. Estava esquisito demais, triste demais... Deitou no meu colo, parecia que queria se enfiar no meu útero, e ficou me abraçando. Dali a pouco falou, “Você vai cuidar de mim?” Eu nunca havia visto ninguém daquela forma... No dia seguinte, quando acordei ele estava sentado no sofá da sala. Olhar perdido. Começamos a conversar. E eu falei que ele estava precisando ter mais fé em Deus, buscar conhece-Lo. “Quando demonstramos uma vontade sincera de falar com Ele, coisas acontecem e Ele se manifesta a nós.” Ele ficou calado me olhando.

- O que você gostaria que Deus fizesse na sua vida para mostrar de uma vez por todas que Ele existe e que está interessado em você? - perguntei.

- Bom, já tentei de todas as formas parar de fumar e não consigo. Sei que é uma coisa boba mas eu não consigo sozinho...

Eu esperava que ele dissesse algo que exigisse um milagre maior, mas ele estava tão consternado quando falou aquilo que percebi o quanto era importante. Naquele mesmo dia, eu orei, depois que ele foi embora escrevi um pedido de oração e comecei uma campanha na minha igreja. Ele mandou um e-mail na terça-feira seguinte dizendo que era melhor não nos vermos por um tempo porque ele estava cheio de dúvidas em relação a ex e que ficou me ouvindo falar e se sentiu culpado.

Sabem quanto tempo leva uma campanha de oração? Sete semanas. Depois de ter começado eu não ia parar... Fiquei sete semanas fazendo campanha por alguém que terminou comigo por e-mail. Não é mole não... Em dezembro, nos encontramos para almoçar e ele trouxe um livro que havia levado emprestado. “Ah, tenho uma novidade... Parei de fumar. Tem 3 semanas que não coloco um cigarro na boca.”

Parou de fumar. Pelo que eu sei continua assim até hoje.

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